ABBI defende fim de barreiras não-tarifárias à bioeconomia no G20

As propostas elencadas pela Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) e por outras entidades do setor produtivo nacional para a Iniciativa da Bioeconomia do G20 foram reunidas em documento preliminar pelo Ministério de Relações Exteriores (MRE) – Itamaraty na última sexta-feira (5). Entre as sugestões feitas está a remoção das barreiras não-tarifárias aos bioprodutos, especialmente as impostas pelos países desenvolvidos. O trabalho feito pela ABBI foi alvo de reportagens da Coluna Radar, da Revista Veja, e da Agência Epbr.

O material apresentado servirá de subsídio para a construção do “G20 High Level Principles on Bioeconomy”, com o posicionamento do Brasil sobre a bioeconomia. Ele será utilizado pelos países membros da iniciativa como ponto de partida na construção do documento final, que será apresentado e deliberado na cúpula do grupo, marcada para novembro no Rio de Janeiro.

O conteúdo foi construído com sugestões do setor público e privado, em reuniões preparatórias feitas desde o início do ano pelo MRE. Uma das convidadas a integrar o grupo, a ABBI apresentou os principais gargalos e as possíveis soluções para o desenvolvimento da bioeconomia mundial, com base em estudos próprios e informações coletadas entre 22 empresas de diferentes setores, responsáveis por um faturamento anual superior a R$ 400 bilhões.

O principal ponto identificado foi a necessidade de remoção das barreiras não-tarifárias aplicadas a produtos oriundos da bioeconomia, adotadas há muito tempo pelos países e que têm se intensificado desde a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia. Entre as outras propostas elencadas estão a ampliação do mercado de produtos da bioeconomia, o estímulo ao investimento em pesquisa e desenvolvimento e a capacitação em massa para uma produção de baixa emissão de carbono, com uso de recursos biológicos.

“A bioinovação pode contribuir decisivamente para o esforço internacional de descarbonizar a produção e conter o aumento da temperatura global. Como presidente do G20, o Brasil e a Iniciativa em Bioeconomia podem destravar gargalos que hoje impedem o setor de avançar na velocidade exigida pelas próprias mudanças climáticas”, explica o presidente executivo da ABBI, Thiago Falda.

As sugestões foram tema de reportagens na coluna Radar da Revista Veja e na Agência epbr