Posicionamento da ABBI para a COP29 pede que países priorizem bioprodutos

A Organização das Nações Unidas (ONU) em diversos momentos já expressou profunda preocupação com a sustentabilidade global, destacando a urgência de ações concretas para mitigar as emissões e os impactos das mudanças climáticas. A ONU já destacou que a degradação ambiental e o esgotamento dos recursos naturais ameaçam não apenas os ecossistemas, mas também a segurança alimentar, a saúde pública e a estabilidade econômica mundial. É imperativo que os países adotem políticas sustentáveis e colaborem internacionalmente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, promover a energia renovável e proteger a biodiversidade, garantindo um futuro viável para as próximas gerações.

Nesse sentido, os bioprodutos desempenham um papel crucial na preservação dos recursos naturais, pois são derivados de fontes renováveis e sustentáveis. Ao contrário dos produtos convencionais, que aprsentam sistemas produtivos com maior emissão e utilizam insumos não renováveis, os bioprodutos ajudam a reduzir a dependência de matérias-primas fósseis, insumos não renováveis e, assim, minimizar o impacto ambiental. Além disso, a utilização de bioprodutos pode promover a biodiversidade e incentivar práticas agrícolas mais sustentáveis, contribuindo para a conservação dos ecossistemas. Dessa forma, os bioprodutos são essenciais para garantir um futuro mais sustentável e equilibrado para o planeta.

Por essa razão a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), uma entidade multisetorial representativa da biotecnologia no Brasil, área que gera mais de 200 mil empregos diretos no país, encaminhou ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) sugestões a serem adotadas pelos países ao longo da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que segue até 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão.

Entre os pontos está o estímulo ao consumo de bioprodutos, por meio da redução das barreiras tarifárias e não tarifárias para o estímulo a compras públicas preferenciais, como estratégias de mitigação. A ABBI destaca que os biocombustíveis, bioquímicos, bioinsumos, proteínas alternativas e outros biomateriais, trazem reduções significativas que podem atender as metas de previstas para 2030 e as novas NDCs que serão anunciadas pelos países até a COP30 no Brasil, e a necessidade de preservação dos recursos naturais.

Por fim, a entidade sugere que indicadores sociais sejam utilizados na seleção de projetos de mitigação inscritos para receberem o financiamento climático. “A descarbonização precisa estar alinhada à preservação dos recursos naturais e a sustentabilidade social, por isso é crucial o incentivo público para acelerar as mudanças, e assim cumprir as metas de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. Sem o desenvolvimento da bioeconomia, será inviável cumprir com os prazos de descarbonização estabelecidos no Acordo de Paris”, explica o presidente executivo da ABBI, Thiago Falda.