A Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) foi uma das entidades ouvidas para elaboração do estudo “Elementos para uma Estratégia Nacional para Implementação de Biorrefinarias no Brasil”. O trabalho, que traz uma visão sistêmica do biorrefino em território nacional, foi lançado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), durante reunião da Comissão Nacional de Bioeconomia, e foi feito em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
“Esse estudo demonstra o potencial de diversos tipos de biomassas em vários biomas brasileiros, alguns que já são explorados comercialmente e outros, não”, detalhou o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, Rodrigo Rollemberg.
O documento procurou apresentar um diagnóstico dos estágios de desenvolvimento de biorrefinarias em território nacional, além de fornecer subsídios para a elaboração de propostas de estratégias que levem ao desenvolvimento pleno do setor. Segundo o estudo, a ideia central para as políticas de bioeconomia e bioindústria deve envolver uma visão sistêmica do biorrefino: além de biorrefinarias, as cadeias produtivas e o ecossistema de produção e inovação associado à unidade industrial fazem parte dessa equação.
O levantamento também aponta, por exemplo, que o biorrefino deve almejar quatro atributos: diversificação de produtos, aproveitamento integral da biomassa, circularidade e inserção regional/territorial. Outro ponto importante destacado pelo estudo diz respeito a quatro grupos distintos de biomassa que possuem lógicas próprias de exploração e valorização. São elas as florestas plantadas (grupo 1), cana de açúcar (grupo 2), café e açaí (grupo 3) e babaçu e macaúba (grupo 4).
O estudo ainda propõe 15 recomendações, que levam em conta elementos da cadeia produtiva (oferta de biomassa, beneficiamento, industrialização e comercialização) assim como as dimensões de análise dos negócios em bioeconomia (matéria-prima, tecnologia, produtos, modelos de negócio), que condicionam a adoção de cada recomendação.
O estudo está alinhado à Missão 5 do Plano Nova Indústria Brasil (NIB), que prevê, entre outras ações, a ampliação em 50% dos biocombustíveis na matriz energética dos transportes. Desse modo, o relatório aponta o estágio de desenvolvimento desse segmento da indústria, além de fornecer subsídios para que se planeje a expansão das biorrefinarias no país.
As visões e conclusões apresentadas nesse documento não representam, necessariamente, a perspectiva do PNUD ou do MDIC. A agenda de desenvolvimento do Biorrefino no Brasil está sendo discutida no âmbito do Grupo de Trabalho de Bioindústria e Biomanufatura da Comissão Nacional de Bioeconomia – CNBio, instituída pela Portaria Interministerial MMA/MDIC/MF n. 10, de 23 de outubro de 2024. A Estratégia Nacional de Bioeconomia foi instituída pelo Decreto 12.044, de 05 de junho de 2024.
A SEV/MDIC coordena os trabalhos do GT de Bioindústria e Biomanufatura, que conta com participação de representantes dos setores produtivos, entre elas a CNI, ABBI, ABIQUIM e ABIHPEC.
Com informações da Agência Brasil