A Associação Brasilerira de Bioinovação (ABBI) participou do I Congresso Brasileiro de Biotecnologia Industrial (COBBIND), que ocorre entre os dias 25 e 28 deste mês, em Florianópolis. O diretor de Assuntos Regulatórios & Científicos da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Marcos Pupin, coordenou e moderou painel com o tema “Desafios e Oportunidades da Biotecnologia Industrial no Desenvolvimento de Processos e Produtos Mais Sustentáveis”.
O evento reúne especialistas do setor, acadêmicos e profissionais da indústria e aborda temas cruciais para o avanço da biotecnologia no Brasil. No painel coordenado pela ABBI, participantes focaram nos desafios enfrentados pela indústria biotecnológica, como a regulamentação, a necessidade de inovações disruptivas e a integração de práticas sustentáveis nos processos produtivos.
“A biotecnologia industrial tem papel fundamental na transição para uma economia mais sustentável, e eventos como este são essenciais para promover o diálogo e debater o impacto e a importância na transição de compostos fósseis para compostos de origem biológica e renováveis nos diferentes setores produtivos”, explicou Pupin. “Além disso, o congresso também contribui para o conhecimento do ambiente regulatório aqui no Brasil, de modo que este aspecto não se torne um gargalo no final do processo de desenvolvimento de novas tecnologias.”
O painel teve a participação do Gerente Global de Tecnologia e Aplicações de Polissacarídeos Enzimáticos, na International Flavors & Fragrances (IFF), de Natanael Behabt; do sócio da Nascimento e Mourão Advogados e professor universitário João Emmanuel Cordeiro Lima; e da especialista em engenharia metabólica do time de inovação, tecnologia e desenvolvimento sustentável da Braskem, Aline S. Romão Dumaresq. Os debatedores compartilharam experiências e perspectivas sobre regulação e futuro da biotecnologia em diversos setores da indústria no Brasil e comentaram as oportunidades que a biotecnologia oferece para o desenvolvimento de produtos mais eficientes e menos agressivos ao meio ambiente.
O representante da IFF, Natanael Behabtu, falou sobre o impacto transformador da biotecnologia na indústria e compartilhou informações sobre a plataforma Designed Enzymatic Biomaterials (DEB), da IFF. “Essa nova tecnologia permite criar polissacarídeos a partir da transformação de açúcares simples, resultando em materiais altamente adaptados, para diversas aplicações, desde cuidados domésticos e pessoais, até para outras indústrias”, relatou. “Promover processos e produtos mais sustentáveis é um momento de grande satisfação para a IFF e eventos como este são essenciais para a troca de experiências, aprender uns com os outros e continuar a avançar na construção de um futuro mais sustentável.”
Para João Emmanuel, a regulamentação da biotecnologia no Brasil é um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável e copetitivo do setor. “Além disso, ela oferece segurança jurídica para empresas e desenvolvedores, garantindo que os processos sejam conduzidos de maneira ética e transparente. Isso é crucial em um país com a nossa vasta biodiversidade, pois precisamos de leis que não apenas incentivam a inovação, mas que também assegurem a preservação dos nossos recursos naturais e a justa repartição de benefícios”, pontuou. “De maneira geral, os processos de inovação biotecnológico, regulados de forma adequada, têm o potencial de colocar o Brasil em uma posição de destaque, gerando empregos, impulsionando a economia e contribuindo para a sustentabilidade ambiental.”
Aline S. Romão Dumaresq, da Braskem, afirmou que a participação de empresas em eventos como o I Congresso Brasileiro de Biotecnologia Industrial é fundamental para o avanço do setor e para a troca de conhecimentos que podem acelerar a transformação dos diferentes setores produtivos. “Além disso, esses eventos criam um espaço para o diálogo entre academia e indústria, permitindo que novas ideias sejam discutidas, desafios sejam superados em conjunto”, destacou. “Na Braskem, temos investido fortemente em soluções de origem biológica e renovável. Ao trazer o que está sendo desenvolvido em nossos laboratórios para esses encontros, contribuímos para o fortalecimento do ecossistema de inovação no Brasil e para a criação de soluções que possam ter um impacto positivo global.”